Crônica: Coisas que só acontecem no salão do Cusca

Texto assinado por Miguel Tadeu Guimarães de Campos

CRÔNICA – Sempre que vou à Auriflama, aproveito pra cortar o cabelo no Cusca.

E, é lógico, já aproveito pra me atualizar sobre alguns assuntos com o meu amigo. Afinal de contas, é um salão de cabeleireiro. Não que ele seja propagador de notícias alheias, também conhecido como fofoqueiro. Sinceramente, não o tenho nesta conta. É que o Cusca tem algumas histórias que só ele sabe contar e do jeito dele. Tanto que o salão vive lotado. Muitos querem saber o que ele acha do assunto do dia.

O jeito de falar, a entonação de voz, aquela virada de pescoço, tem igual? 

Além disso, ele me dá notícias de outros amigos. Falamos de futebol, de política, das coisas da vida, da igreja. Enfim, o papo rola gostoso.

E uma das coisas que mais gosto é o tom de sinceridade. É, é, não é, não é. Aprecio isso nele.

Além disso, o salão dele tem coisas que a gente não encontra por aí. Aqui em Campinas eu já vi mesa de sinuca em salão, barzinho, mas música ao vivo com cover de artista famoso, só no salão do Cusca.

Uma vez tava lá cortando o cabelo e chegou outra figuraça da cidade, o Bilú. Papo vai, papo vem, o Bilú pegou um violão que tava ali e começou a imitar o Sérgio Reis. Um show. E atendeu a pedidos. Foi demais.  

Um verdadeiro cover do Sérgio Reis. Alguém precisa investir nesse talento.

Mas não quero falar só do salão, quero falar do Cusca.

Na verdade, pra falar do Cusca, uma crônica só é pouco. Tinha que ser um livro.

Quem o conhece sabe que eu tenho razão.

O cara corta cabelo, dá notícia dos amigos e faz uma análise perfeita do quadro político da cidade.

Ahhh… e cria canário. E tem cria que já foi campeã. Tem mais amor nos canários do que na….  (calma, eu não tô escrevendo nada, é você que tá pensando).

Até aí tudo bem, qualquer um pode cortar cabelo, comentar uma notícia e criar canário.

Mas torcer pra Argentina e não acreditar que o homem foi na lua. Aí não, aí é só o Cusca!!!

Abraço Cusquinha. Marca um horário aí pra mim.

• Miguel Tadeu Guimarães de Campos, 56 anos, promotor de Justiça em Campinas-SP