Crônica: Toda cidade tem vereador, mas Auriflama tem nobre edil

Crônica: Toda cidade tem vereador, mas Auriflama tem nobre edil
Texto assinado por Miguel Tadeu Guimarães de Campos
42Shares

Toda cidade tem sua câmara municipal, repleta de vereadores.

E tem de todo tipo, como, aliás, em todas as profissões. Tem o bom, o ruim, o que trabalha, o que encosta. O que serve o povo, o que se serve do povo. Enfim, nada novo até aqui, certo.

Na minha modesta visão, vereador é aquele cara que acha que tem algo para contribuir para o bem da cidade. E, na grande maioria das vezes, tem mesmo. E, então, ele começa a fazer coisas. Ajuda um aqui, outro ali, na vizinhança, no seu bairro. E vai ganhando a simpatia do povo.

Até que alguém lhe diz que ele devia se candidatar a vereador, para poder ajudar toda a cidade e não só aquele bairro, aquela família, etc.

E a coisa vai até que um dia ele é picado pelo bichinho que, cientificamente, é conhecido como “nobris edilis”.

 Aí tudo o que faz visa o propósito de sua candidatura. E isso não é uma crítica, apenas uma constatação. E a função é realmente nobre e necessária para o desenvolvimento de uma cidade. A classe tem o meu respeito, não vamos polemizar.

E depois de eleito, vem a fase dos projetos. A questão é que tudo se pode imaginar, mas nem tudo se pode realizar. Mas nem todos entendem isso.

Bom, deixa eu ir logo ao tema da crônica, porque o que é um vereador, o que faz, como se comporta, cada um sabe melhor que eu.

Quero homenagear um personagem que, tenho certeza, todos os auriflamenses gostam e admiram. E eu também.

Pois é, trata-se de um sujeito esforçado, trabalhador, de família honrada, e que quer o bem de Auriflama, com certeza.

E um dia o bichinho picou ele, a população o apoiou e ele se elegeu.

E entrou com a corda toda, cheio de planos e projetos.

Se para ser vereador, o critério é querer o bem da cidade, então o personagem do dia tem o meu voto (mas calma meu caro homenageado, eu não voto mais em Auriflama).

E se a sua eleição foi voto de protesto ou não, não é o caso de discutirmos aqui. Mas que ele entrou com muita vontade de ajudar a cidade, isso ele entrou.  

E como o poder emana do povo e em nome do povo é exercido, o povo começou a dar-lhe ideias de projetos para o bem da cidade.

Um deles, aliás, quero registrar aqui, porque fui consultado, mas o projeto era conhecido de todos.

Logo no começo de sua vereança, eu estava abastecendo o carro no posto do Savério e ele chegou todo empolgado, me cumprimentando e pedindo a minha opinião para um projeto que ele queria implantar na cidade.

Eu perguntei qual o projeto e ele me disse: – É um projeto para cobrir a praça central.

Aí eu pensei, pensei, pensei, o que dizer ao nobre edil. E na hora me veio uma saída.

Eu lhe disse: – O projeto é bom, mas acho que o padre não vai deixar. Tem que pedir pra ele, primeiro.

Ele se foi. E até hoje a praça não foi coberta.

Acho que o padre ainda está estudando o projeto.

  • Miguel Tadeu Guimarães de Campos, 56 anos, promotor de Justiça em Campinas-SP.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *